domingo, 16 de outubro de 2011

Ninguém fica pra semente

 O problema do fim de semana é que a gente sempre acaba relaxando um pouquinho. Não é certo, pra quem quer ganhar um concurso de uma viagem de navio pela costa brasileira. Também, eu sei que vai ser milagre, se eu ganhar. Um, porque estou muito velha pra competir, dois, porque sempre dou uma relaxadinha no fim de semana. Enfim, amanhã eu vou trocar o jantar maluco que ando fazendo, desde sábado, pelo cardápio da revista. É triste, mas é fato. Eu pretendo emagrecer os dez quilos que a revista sugeriu com a dieta publicada. E vou fazer os exercícios. Porque eu quero. Porque vai ser legal. Porque eu estou querendo um amor e um amor merece que eu lhe apresente um corpo desejável, pelo menos. Pelo menos, desejável. Não vou dizer "babável", isso já é impossível. A velhice chegou aos 50 anos. Ela só não se instalou.
 Mas quando ela chegar de vez, eu estarei preparada. Vejo na minha academia as velhinhas de quase 60 anos. Tem uma lá, com 56, que é meu sonho de consumo. Se eu chegar aos 56 como aquela garota, com aquele corpão e aquele cabelo, com aquela elegância no andar, ah, mesmo que as rugas digam o contrário, eu vou estar uma tremenda gata. A mesma coisa eu digo daquela outra, que está com mais de 60, e é psicóloga. Se eu chegar lá com o corpo, o cabelo e a graça dessa senhora, eu posso dizer que vou morrer tranquila. Foi muito bom ter vivido, se eu for igual a essas mulheres. E há outras. Mas elas tingem o cabelo de uma cor meio pagode, usam maquiagem, e , embora o corpo esteja aparentando 25 anos, o rosto e o jeito não combinam. Não combinam comigo. Eu sou mais sóbria, embora não pareça. Estes prometem ser os vinte anos mais divertidos que me separam do estado natural das coisas, do estado de morte. Porque ela está chegando. Cada dia mais perto. Ninguém fica pra semente...

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